terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Caminhos

Do alto das montanhas e da mais baixa masmorra, vejo-te. Não o que és agora, que esse sei desconhecer, conheço-te fio dos meus olhos no espelho, conheço-te por parte do sorriso e apego à vida que tenho. Ás vezes olho para o lado e apesar de apenas ver a profunda e verde floresta até perder de vista, o meu coração sabe que estás lá, a percorrer os mesmos caminhos que eu. As vezes encontro pistas em sítios onde já passaste, ás vezes suspiro porque o mato é mais forte sobre os pés nus e recentemente calejados. Não sei o que foste fazer, mas...quem sou eu para te julgar? As vezes que te vejo, é em mim. O que em mim deixaste, é menos teu e mais meu; mas é também teu. Isso sempre restará dentro de mim, em paz, forte e enaltecedor da alma. Vejo-te e apenas me vejo no cintilar da água que escorre por mim, nesse lago de montanha. A minha mão passa pelo musgo e absorve a humidade do beijo que me dás. Já foste minha mãe, já te amei todo o eu, e tão pequeno que era! A tua pequena cascata faz uma bola de sabão e eu rio-me e vejo-a voar. Agora sei que a nossa energia se há-de cruzar. Tenho todo o tempo do mundo...

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