quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Escritor...

Na verdade, pese a ousadia, sou Pessoa. Ás vezes sou Torga, outras Aquilino, Sá Carneiro, José e quando estou com os azeites sou Lobo.
Sou pequeno ponto de fim ou continuidade de texto à muito iniciado por este nobre Povo Humano. Perdido no meio de umas linhas quaisquer, luto e rebufo por deixar na folha branca a minha marca, contra o esquecimento eterno...todos os homens são meus irmãos, todos rasgamos o mesmo osso, quanto mais tarde formos colhidos ao forno do pão melhor será nosso sabor de boca...luto qual titã, sendo rato!

Sou apenas ponto, feito tinta esmorecida de teor preto desvanecido é...lentamente bebido pela enorme folha Branca, qual baleia de escritor...
Pequeno ponto, sonho ombrear com gigantes, apenas homens irmãos, sorrimos todos sempre ao sentir esse cheiro libertinário a alma livre! Será livre, sim um dia...!
As letras são grandes é certo, as palavras maiores e há palavras!...
São tanques de guerra e com estrépido se anunciam pelos parágrafos fora! As Frases serpenteiam como serpentes, sedentas da minha tinta...
Mas eu Fico! O meu ponto está cravado bem fundo, já faz parte da folha tão pequeno é. Fugir não vou, apenas frente fazer, a mim próprio pela coragem! Agora a minha tinta vai-se espalhar...e Escrever.

Ás vezes sou Pessoa. Ás vezes sou Torga, outras Aquilino, Sá Carneiro, José e quando estou com os azeites sou Lobo. Vou ser eu também. António Sérgio.
Gigantes, atrás! Pela frente, sem horizontes...! Para mim, porque me liberta e faz Feliz.

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